Realismo, o que é, como surgiu e as características da corrente literária
O Realismo foi uma corrente literária que se afastou da temática do Romantismo, tendo se alinhado às novidades tecnológicas para retratar a sociedade.
Por Adriano Curado
05/04/2019, 07h00
O Realismo foi uma corrente artística surgida na França no século XIX, que se opunha ao Romantismo. Eles propunham escrever sem excesso de sentimentalismo e com objetividade.
Em Portugal foi bastante intensa a desavença entre novos e velho escritores na chamada Questão Coimbrã. Entre a nova geração estavam nomes de peso como Eça de Queiroz, Antero de Quental e Teófilo Braga.
No Brasil, o Realismo começa com a publicação de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis. Também nas artes plásticas houve embates entre as temáticas do românticos com a dos realistas.
Contexto Histórico
Os autores do Realismo se opuseram aos excessos melosos do Romantismo, posto que pregavam a objetividade. Também queriam se aproximar do pensamento científico, além exaltar o progresso da ciência.
A ciência da época estava a todo vapor, posto que surgiram o telégrafo, a luz elétrica, o telefone, além da locomotiva. Também havia novidades nas ciências, como a revolução de Pasteur e a teoria evolucionista de Charles Darwin.
Essas modificações sociais trazidas pelo progresso científico, de certa forma, começou a influenciar na literatura e na pintura. Era um olhar mais científico e incisivo, porquanto se opunha fortemente ao Romantismo.
Quando Auguste Comte criou a Teoria Positivista, propôs que os eventos sociais fossem vistos como as ciências exatas. Os fenômenos sociais deveriam ser analisados de forma objetiva. Esse modo de abordar os temas, por conseguinte, acabou por influenciar na literatura, assim como na pintura. Era a base do Realismo que influenciou toda uma geração de artistas.
As características do Realismo
Algumas das características do Realismo, sempre em oposição ao Romantismo, são a linguagem direta e objetiva. Já a narrativa é detalhada e descritiva, uma vez que se passa em ambiente social e cenários urbanos.
Havia uma forte crítica à sociedade daquele tempo, além do modo burguês de viver, exposto a realidade social. Outra característica marcante do Realismo foi a análise dos personagens através da psicologia.
A temática escolhida era a social, visto que as histórias se passavam no cotidiano. Também vale ressaltar que os personagens fugiam à caricatura. Eram retratadas pessoas comuns em seus cotidianos, sem a idealização do período anterior.
O Realismo na França
Na França, o livro Madame Bovary, do romancista Gustave Flaubert, foi um marco do Realismo. Ele é considerado, porquanto, ícone do Realismo universal.
Destaca-se igualmente a obra de Emile Zola, que escreveu o famoso romance Revolução Francesa. Merece também ser lembrado o poeta Charles Baudelaire, que publicou o livro “As flores do mal” (1857).
O Realismo em Portugal
Os dois maiores escritores do Realismo lusitano foram Eça de Queiros e Antero de Quental. Quental foi um grande poeta, tendo inclusive publicado “Primaveras Românticas (1872). Diferente dos Românticos, seus poemas eram céticos quando o assunto era amor.
Já Eça de Queiros pode ser considerado o autor do Realismo que foi mais espetacular em Portugal. Sua visão bem realista da sociedade de Lisboa, por exemplo, está repleta de Realismo e originalidade. Publicou “O Crime do Padre Amaro” (1875), “O Primo Basílio” (1878) e “A relíquia” (1887).
O Realismo no Brasil
No Brasil se despontaram no Realismo grandes nomes da literatura, já que essa arte era bem abundante na época. O marco inicial foi o livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881), de Machado de Assis. Ele é considerado um dos maiores escritores do Brasil, sendo também crítico e jornalista.
Destaca-se de sua vasta obra: “Ressurreição” (1872), “A mão e a Luva” (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Outros livros seus são “Quincas Borba” (1886), “Dom Casmurro” (1899), “Esaú e Jacó” (1904) e “Memorial de Aires” (1908).
Temos que falar também de Raul Pompeia, já que ele era um grande escritos, além de jornalista e orador. Seu romance de destaque é “O Ateneu” (1888). Exemplo também é Visconde de Taunay, que escreveu o romance regionalista “Inocência”, publicada em 1872.
O Realismo nas artes visuais
O movimento também teve sua manifestação na pintura e escultura, inclusive na arquitetura. O pintor realista Gustave Courbet, por exemplo pintava a dura realidade do cotidiano.
Os artistas do período desejavam passar através de sua arte uma uma mensagem de denúncia social. Os pintores que mais se destacaram foram Édouard Manet, Gustave Courbet, Nonoré Daumier, Théodore Rousseau, Jean-Baptiste Camille Corot e Jean-François Millet.
Leia também sobre a origem, história e desenvolvimento da escrita.
Fonte: Wikipédia, Info Escola, Significados, Cultura Genial, Toda Matéria, Só Literatura, Mundo Educação, Brasil Escola, Sua Pesquisa, História das Artes, Stoodi.
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